A tese sobre sustentabilidade é extensa e complexa. Engloba preservação do meio ambiente, desenvolvimento social e equilíbrio financeiro, a partir de uma visão criativa da economia e um planejamento realista. Apesar de parecer recente, a discussão vem desde a década de 40, mas ficava restrita à Europa, Canadá e EUA.
No início, os países desenvolvidos estavam preocupados principalmente em criar mecanismos para conter a miséria nos países asiáticos e na região subsaariana. Segundo prognósticos maltusianos e neo-maltusianos faltariam alimento aos pobres e espaço no planeta aos ricos. Tudo culpa do consumismo.
As saídas apontadas, nem sempre em harmonia entre si, eram pelo avanço tecnológico e científico – que ampliaria a produção de alimentos e reduziria a poluição industrial – e pelo controle do consumo, via conscientização.
O Brasil entrou na conversa a partir dos anos 90 e com muito pouco a oferecer, além de seus recursos naturais, de seus biomas ricos em diversidade animal e vegetal, mas com indústrias poluidoras. Logo, porém, as empresas brasileiras, empurradas pelas multinacionais, também se organizaram e passaram a discutir em profundidade o assunto, que se fechou sobre os porquês e como se livrar de um suposto aquecimento global, capaz, novamente, de colocar o planeta em colapso.
Hoje, pode-se dizer que o conceito de estrutura sustentável faz parte da maioria das grandes empresas fixadas em países democráticos. Esteja onde estiver no mapa-múndi, a preocupação com o meio ambiente e o social, se não é, deveria ser inerente a essas corporações. As que lideram o movimento em prol da sustentabilidade ganharam inclusive tons orientais, com palavras novas em seus vocabulários internos, o que demonstra também a globalização das estratégias em comum.
Os gestores de ponta vão além de ações para cumprir as legislações ambientais e avançam para o campo da filosofia, falando em valores morais coletivos, interdependência, serenidade e síntese.
O equilíbrio financeiro, por sua vez, sempre foi e continuará sendo a condição sine qua non do mercado e é ele que permitirá a continuidade do negócio no longo prazo. Está diretamente relacionado à lei da oferta e procura, pois seu fundamento é a necessidade do consumidor, seja ela culturalmente conhecida ou a construir. Por isso, a elaboração do projeto precisa ser acertada, levando em conta todos os custos e tempo previsto de retorno. Só assim será possível dimensionar o volume de recursos necessário a ser levantado até que o negócio se solidifique. Erros nessa fase podem comprometer totalmente a perenidade da iniciativa.
Não se pode esquecer que as mudanças conceituais, têm influência nas exigências dos consumidores, que migram gradativamente aos produtos e serviços ambiental e socialmente sustentáveis. Tanto é que os ambientalistas sempre lutaram pela propagação de possíveis impactos na natureza de projetos que consideram inconsistentes, injetando certa dose de catastrofismo para colher sensibilização e conscientização popular.
O objetivo – um misto de realismo com utopia – é que o cidadão comum também tenha uma visão sustentável e se torne consumidor moderado, avesso ao desperdício.
Pode-se dizer que, nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, busca-se um ponto de equilíbrio para evitar que os excessos atrapalhem os avanços tecnológicos e as políticas sociais para o desenvolvimento das nações. Mas o fato certo é que as empresas não podem perder de vista a necessidade de desenvolver, com urgência, um sistema limpo de produção e gestão.
É a partir desse ponto de inflexão que se deve analisar as pequenas e médias empresas, que precisam estar conscientes de que fazem parte de um debate global. Tanto é que a sociedade está atenta aos seus passos, para que agreguem valores sustentáveis em seus processos de conquista de mercado.
O empresário que estabeleceu um bom relacionamento com seus clientes e investe no aperfeiçoamento de seus produtos e serviços, deve ter captado em suas pesquisas domésticas, para orientar as melhorias, que a preocupação dos consumidores é com uma empresa sólida, posicionada em um plano considerado ideal. Ou seja, com desempenho econômico otimizado a partir do fortalecimento de sua relação com a comunidade e dos cuidados com o meio ambiente.
Essa harmonia, mesmo que ainda a ser alcançada, deve estar na compreensão de cada colaborador, parceiro e fornecedor. Equivale a dizer que a empresa precisa agir com transparência, respeito e eficiência para que toda a cadeia produtiva a veja como um diferencial, que repercutirá positivamente sobre toda a sociedade.
Os investimentos, sejam eles em tecnologia ou pessoas, devem estar alinhados com essas referências. Outro aspecto, é o emocional. Os colaboradores devem estar determinados a defender a política proposta pela direção. Esse convite à ação coletiva se fortalece com cursos, palestras e treinamentos.
Amarradas as pontas, as chances do negócio perdurar são muito grandes. O monitoramento do sucesso ganha tempo real, seja via instrumentos, seja via diálogo aberto com o público, que vai se ver respeitado pelo empreendimento. Como se trata de um processo complexo, o empreendedor não pode se perder com pressões superficiais, pois cada atividade tem suas limitações. O importante é estar disposto a avançar sempre para superar os limites a cada dia.
Bases para a economia inteligente
▪ Bom planejamento financeiro
▪ Investir em Tecnologia da Informação
▪ Trabalhar com foco na Qualidade de Vida de colaboradores, clientes e fornecedores
▪ Visão de interdependência
▪ Não ter medo de se arriscar
▪ Buscar soluções criativas e autênticas.